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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Batendo em Cachorro Morto

Se havia algum botafoguense diabético, domingo ele passou desta para melhor: overdose de chocolate. Não é concebível um time tradicional como é o Botafogo ficar levando sacolada vez ou outra, ainda mais de times rivais do mesmo Estado (embora eu encare isso como redundância, pois não vejo o Botafogo mais como rival de clássicos para outros grandes times brasileiros). Já nesse século havia perdido de 7 a 0 do Vasco, e ainda me lembro de dois 7 x 1 para o Fluminense, embora sempre dificulte o Flamengo, por mais feio que seja o time do Botafogo. Mas essa postura tem que acabar no clube da estrela solitária se não quiser entrar em breve no hall dos times que se apequenaram e evaporaram em glórias passadas.

Não justifica o fato de ter perdido um jogador no início do jogo, pois exemplos de superação, seja arrancando empates e até vitórias heróicas em desvantagem numéricas, são repletas nos almanaques de futebol. Vide o Inter x Milan deste fim de semana. Como também são vastas as histórias de goleadas nesse contexto, mas 6 a 0 é resultado de várzea. Nem time pequeno está facilitando tanto, mesmo em desvantagem numérica. Quando da expulsão, ainda me lembro de ter atentado ao tempo técnico para entender a postura que o técnico e o time teriam, e logo percebi que seria goleada. Faltou inteligência e brio ao time do Botafogo. Evitar a goleada seria o objetivo único do jogo, já que o Vasco jogava bem.

Vá lá que não é bonito quando em brasileiros nosso times viajam e trazem na bagagem um saco de bolas nas redes, coisa que infelizmente o Flamengo gosta de aprontar, principalmente no Sul, mas em estaduais isso não pode acontecer. Acho mesmo que os times do Rio têm uma postura muito passiva a goleadas. Clubes como São Paulo, Cruzeiro, Corinthians e Inter muito raramente perdem por mais de dois gols de diferença, enquanto no Rio vez ou outra temos nosso times humilhados em alguma outra praça. Mas essa ultima do Botafogo foi de dar dó, fazendo compreender até a queima da camisa do clube, desde que na segunda ele procure outro time para torcer.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Começando como terminou: vencendo.

A temporada 2010 de futebol promete. Os times brasileiros se reforçaram muito para disputar os campeonatos deste ano, cada qual com seu objetivo. Nunca na última década os clubes se reforçaram tanto, cada um, é claro, dentro de suas possibilidades. Mas é fácil de identificar que houve mais acertos do que erros. Os principais estaduais prometem, o que é bom, para acabar com a discussão desapropriada sobre a importância ou propósito dos campeonatos locais.

A maioria dos estaduais é centenário. Não entendo porque alguns setores de opinião pública desmerecem tanto essa disputa, pretendendo transformá-los em novos Robertões, que existiram, foram disputados e comemorados pelos vencedores, e que já não entram nas pautas de discussão dos torcedores porque caíram no esquecimento. Os estaduais são a grande oportunidade de acirrar a rivalidade que vale, aquela entre times do mesmo Estado de um país continental. Aqui não é como em outros países que o Liverpool é grande rival do Manchester United, que o Barcelona é o do Real Madrid, ou o Milan o da Juventus. Aqui é diferente, e essa diferença é que tem que ser valorizada, ou vamos importar até a forma de rivalizar.

Que seja apenas para preparar os times para os grandes campeonatos, mas todos torcedores gostam de se sentir campeões estaduais. Mesmo quando os perdem, servindo apenas para menosprezá-los. O Flamengo este ano pode sagrar-se tetra campeão após quase cem anos do último feito ocorrido. O Palmeiras ganhou um título após dez anos, e foi um estadual. Logo, deveríamos pensar em quem consome este produto, o torcedor. Imagina quantos assuntos vamos ter com Ronaldo, Danilo e Roberto Carlos no Corinthians, Diego Souza e Claiton Xavier no Palmeiras, Marcelinho, Washington e Hernanes no São Paulo, Giovane, Neymar e PH Ganso no Santos, Loco Abreu e Herrera no Fogão, Carlos Alberto e Dodô no Vasco, Fred, Júlio Cesar e Conca no Flu e o atual Campeão Brasileiro com Adriano e Vagner Love no ataque.

Nunca na última década tantos craques desfilaram nos gramados brasileiros, e quanto maior a oportunidade de assisti-los, seja contra o Madureira, seja contra o Bragantino, melhor para quem gosta. Até porque nem todos tem a oportunidade de freqüentar estádios no campeonato Brasileiro ou na Libertadores. Logo, vamos aproveitar cada jogo neste ano que promete ser emocionante. O Corinthians investindo para conquistar sua obsessão, O São Paulo tentando se recuperar de 2009, quando passou em branco, o Palmeiras tentando apagar o vexame do ano passado, Fluminense e Botafogo lutando pela ponta da tabela e o Vasco de volta à elite. E o Flamengo, que promete vim forte com a base mantida, começando o ano como terminou, vencendo.