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terça-feira, 12 de junho de 2012

Salvem o Flamengo!



Tem sido trágico observar o noticiário rubro-negro. Observando as conversas sobre o futebol, a impressão é de que até os torcedores rivais estão consternados. Visitando as resenhas esportivas um fato chama a atenção sobre esta confusão: o uso do nome Flamengo.


Como está depreciada a denominação Clube de Regatas do Flamengo. Agremiação poliesportiva brasileira com sede na cidade do Rio de Janeiro, fundada para disputas de remo há 112 anos. Criado no bairro de mesmo nome, mudou-se para o bairro da Gávea na primeira metade do século 20.


Porém foi o futebol, paixão da maioria dos brasileiros interessados por esportes no Brasil, que consagrou este nome além de suas fronteiras. Tornou-se o clube com o maior número de torcedores no país, e construiu uma bela história no esporte e no desenvolver da sociedade ao longo de um século.


Um segundo basta, para aterrar a moral e lançar abaixo a credulidade. No caso do Flamengo, algumas décadas. No início dos anos 90 há já indícios de falta de compromisso com os profissionais que lá estavam para construir e elevar o bom nome da instituição e seguir seu curso de glórias, vitórias e orgulho. A partir de 1995, o mercado nacional do futebol lançou um ataque de ousadia, esse mesmo Flamengo, repatriando o maior jogador do mundo naquele momento. Exatamente como se arrancassem Lionel Messi do Barcelona nos dias de hoje.


Foi o primórdio da balbúrdia. Como pioneiro, o Flamengo paga até hoje por esta tacada de azar. Por 4 anos Romário mandou e desmandou no clube. Na obrigação de montar equipes do nível do craque, instituiu-se o "o que vale é título" à revelia dos orçamentos que suportavam o cofre do clube. Pior: decretou-se o "treinar pra que?".  Resultado: poucas conquistas. O craque jogou muito com a camisa do Flamengo, mas o legado deste período perdurou. Brotou a semente do privilégio.


Após esta fase frustrada, iniciou a fase megalomânica. Super craques circulavam em campo com a camisa do Flamengo. Todos sem receber. Implantou-se o "finjo que jogo". Pior: negligenciou-se a principal filosofia institucional, "craque o Flamengo faz em casa". O escândalo chegou ao congresso, pelo choro de quem dizia não ser bandido comum.


Debilitado e escandalizado, desmistificaram o característico anseio de qualquer atleta em vestir o manto, consagrado às custas de muito suor de homens sérios e comprometidos ao longo de 100 anos. Aquele clichê de exaltar o sonho em vestir a camisa do Flamengo. Ao invés disso, os melhores jogadores passaram a desconfiar daquela bandeira. Por mais uma década, construiu-se o descaso com a instituição.


Dirigentes irresponsáveis, atletas mercenários e uma arquibancada elitizada, vieram contribuindo para chegarmos no que hoje temos: um escárnio. Difíceis são as palavras para descrever a situação em que o Clube de Regatas do Flamengo está, quando ele somente é vítima desses mesmos atores citados no início deste parágrafo. E como é triste não identificar nenhum setor preocupado ao menos em separar o Flamengo desses agentes malignos que impetraram uma doença endêmica e sistêmica que dificilmente será revertida.


Principalmente porque aqueles que poderiam começar a tratar o doente com doses homeopáticas de seriedade, honestidade e trabalho, simplesmente não querem. Lavaram suas mãos esquecendo que eles são frutos sadios do que já foi o Flamengo. E agora é o Flamengo que precisa deles. Mas agem tão mal quanto aqueles já conhecidos vilões que ainda lá parasitam.


Pobre Flamengo, digno de pena. Incompreendido. Somente vítima, transformado no seu próprio vilão. Diminuído perante camisas noves, dez e onzes que jamais perderam uma noite de sono pelo sucesso ou fracasso dessa ou de qualquer instituição. Perdem sono pelo dinheiro, isso perdem. 


Mas o Fla, o Mengão, o rubro-negro, esse que move e comove multidões, nações inteiras de torcedores, esse não deveria estar recebendo o ônus de tudo o que os homens promovem. Esse nome deveria estar sendo protegido. Preservado, colocado no seu devido lugar: um clube amado por milhões, e vítima, exatamente por ser gigante.


Esse símbolo, seguido e idolatrado por R$ 40 milhões de pessoas, não tem culpa de nada disso do que vemos e ouvimos. Esse escudo de listras horizontais e cores fortes por um século pretendeu e se tornou amado, através de suas próprias conquistas, embalado nas ondas do rádio, que faziam do Maracanã e suas esquadras, um coliseu pra Cesar nenhum botar defeito.


O desprestígio ocasionado pela incompetência e má fé pode ser revertido. Essa é a hora. Nunca na história houve momento tão delicado e propício a mudanças. Sem os traumas decorrentes da mudança de divisão. Que uma era de bonanza tão longa quanto esses 20 anos de tempestade posicionem o Flamengo no seu lugar de direito: um clube de respeito e expressão mundial. E por favor, ninguém mais diga que é a culpa é do Flamengo.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Chorando de Barriga cheio

Nada é mais justo que o tempo.

Imagina a histeria que seria o Flamengo perdendo na segunda fase da Copá do Brasil para um time de 4ª divisão, como o Santa Cruz, não eliminando o jogo da volta num empate como contra o ABC, ou o Paraná?

Imagina então perdendo um jogo para um pequeno no carioqueta, como fez o Grêmio contra o Juventude?

O que mais me incomoda nessa fase cretina que atravessamos é ver torcedor dizendo que vai torcer contra o time, que vai deixar de ir aos estádios, deixar de comprar produtos, e pasmem, comemorar gol de AAdriano contra o Flamengo. Quem ama o Flamengo prefere que essas bichas torçam para outros times. São viados que torcem pros Adrianos, Messis, Cristianos Ronaldos e Gornaldos da vida, pulando de galho em galho atrás de emoções fáceis.

Difícil é ser fiel no fracasso, na dificuldade, vestir a camisa quando nada vai bem, expressar amor incondicional nas derrotas. Ainda mais agora que o Fla não perde, tem uma estrela mundial, e eu consigo enxergar vontade em gerar mudanças.

Torcedor de merda, lave a boca pra falar do Flamengo. Não torça mais. Faça assim: quando o São Paulo tiver ganhando, torça pra ele. Quando o Palmeiras estiver ganhando, mude pra ele. Quando o Vasco tiver ganhando, torça pra ele. Se o Flamengo tiver ganhando, você está proibido de usar nosso nome. Não torça pro flamengo, você nos envergonha.

Revoltar-se pela chegada ou não de Adriano é aceitável. Eu fui contra, muita gente era a favor. Mas boicotar o Flamengo é de uma covardia atroz. Mostra pequeneza e baixa alta estima. O que vai dizer hoje, por exemplo, os torcedores de São paulo, Grêmio e vasco. Mas eu sei o que faria alguns torcedores do Flamengo. Torceriam contra, por pura pirraça, fortalecendo setores interessados em nosso fracasso, que estão se mordendo de tanto rir de nossa própria batalha interna, dessa guerra dos prós e contras Adriano, que tem dividido e envergonhado nossa entidade diante os outros clubes, que se "deliciam" com nossa falta de unidade.

Aos verdadeiro rubro-negros. vamos mudar nossa postura e apoiar a equipe até o final. Se no fim o resultado for desatroso, cobramos. Mas o fim pode ser também maravilhoso. e aí vai ser feio ver um monte de mulambo metendo o rabo entre as pernas.

domingo, 20 de março de 2011

Perigo à vista

Cara, como tem torcedor imbecil e alienado. Mal enxerga um palmo na frente do nariz. Não é possível que eu esteja lendo as coisas que estou lendo. Cambada de torcedor de merda, situacionistas, fracos de personalidade, que qualquer coisa abala a racionalidade.

Cara vou dar minha opinião na lata. Tem muito idiota que não entende nada de futebol, que faz do Flamengo um apêndice de sua personalidade, e fica emitindo opinião ocasional. Atentem, severinos, o campeonato tá tão fácil, a temporada tá tão transponível que nenhuma equipe em são desenvolvimento tem como atingir um nível de exigência e comprometimento sempre. O time não é maravilhoso ( e qual tem sido?), mas tá sobrando no que se propôs a fazer até agora. E tava monótono. Então ocorre uma casualidade e, puta que pariu, vem um monte de asno fazendo ponderações absurdas. Não está bom, e tão longe de estar ruim a situação do Flamengo no ano. Simplesmente está com está. Não é natural o grau de exigência dessas pessoas que comentam aqui. Está faltando algo em suas vidas, uma carência desencabida em seus cotidianos.

Beleza, tá aí o desafio para o time: a ameaça de não se classificar na taça Rio, onde o Flamengo vai tirar de letra, resolvendo a pica já na próxima rodada. Deve-se esperar um pouco mais. Os testes para o ano estão sendo feitos, para a hora que vai realmente importar. E já querem derrubar o técnico por causa de um marginal (sem pejorativismo, sobre alguém que tem vivido à margem, Adriano), que tem uma bruta identificação com o clube, uma bagagem inigual e uma boa vontade que nenhum técnico vai ter com o Clube de Regatas do Flamengo, vide Muricy.

Querer contestar esquemas, sua funcionalidade, algumas peças, viva a democracia. Agora, radicalizar jogando uma bomba direto no Kadafi, é flertar com a irresponsabiliade. Não vi até agora nada surpreendente. Torcida Rubro-negra, não caia na pilha dos setores que funcionam para nos destruir. Ou se fecha com o certo, ou não venham balangar seus beiços imundos para desestabilizar um dos últimos fios de esperança na tentativa de nos tirar da lama que nos afundaram por décadas. Paciência deveria haver ao menos nesse momento em que se tenta o novo, em que se demonstra boa vontade, e que, até provem o contrário, há seriedade no trato de nossos patrimônios.

Vamos confiar nas decisões, nas ideías, e depois no fim avaliar os resultados. O sucesso não se constroi da maneira como alguns irresponsáveis desejam, sempre na adrenalina e no supetão. Fora sim, mas com os torcedores de ocasião, que envergonham os verdadeiros rubro-negros, e que não farão falta alguma em nenhum senso.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Rindo a toa




Ri. Ri demais com os fatos recentes. Ri porque posso rir. Ri dos detalhe e das miudezas que cercam esse complexo organismo chamado Flamengo, com suas nuances enigmáticas e sua influência mistificadora. Ri do complexo de inferioridade dos semi deuses, que jamais serão onipresentes, e tentam a todo momento se auto afirmar diante de nosso público cínico e resolvido, criando teatros, gerando fatos, argumentando monólogos, todos justificando suas fraquezas e limitações, explicando porque devem ser considerados num espaço já dominado por uma força imbatível, elaborando discursos, debulhando provas, enquanto o sol simplesmente brilha inabalado.

Ri daqueles que rasgam o que firmam, que adulteram acordos, que prostituem a palavra, que assinam suas sentenças e ainda assim permanecem soberbos. Ri porque a verdade tarda mas não falha. Ri porque a razão sempre prevalece. Ri porque mesmo assim continuam acreditando que a teoria conspira a nosso favor. Ilusão. A mesma ilusão que garante suas preferências e os fazem se sentirem bem mesmo quando não são melhores.



Ri porque os motivos que tenho para sorrir não são maiores do que estes que o esporte nos guarda, mas justificam plenamente minha escolha e completam o algo mais que a vida exige para que sejamos felizes. Do Flamengo eu não posso reclamar. me dá alegria mesmo quendo seu viés é tão baixo que a queda é iminente. E aí nos mostramos poderosos, surpreendemos a todos que escarnecem, desiludimos suas espernaças de nos vermos derrotados, suprimimos suas breves expectativas.

Nas vitórias, é um aí Jesus. Viramos Framengada, e incomodamos mais do que sarna ou carrapato. Contaminamos qualquer ambiente e recebemos de nossos admiradores incubados o melhor dos elogios: é, o Flamengo é foda. Diga-me amigos rubro-negros quem já não escutou isso de um incubado arco-íris? Eu já. E muitas vezes. Mas eu não insisto, e deixo-os acreditando em suas escolhas, pois assim é o processo democrático, e assim a vida separa os fortes dos fracos.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Vai com Deus

Li comentários em blogs e opiniões de alguns torcedores sobre o afastamento de alguns medalhões do elenco do Flamengo. Minha opinião é de que o Vanderlei Luxemburgo tomou a decisão correta, optando em trabalhar o grupo desse ano sem jogadores que, analisando racionalmente, nenhuma falta farão aos objetivos traçados para o ano. Isso há que se respeitar. Não concordo com a opinião de que, pelo afastamento de medalhões, o dinheiro está indo para o ralo. Mesmo que eles estivessem integrados estaria indo para o ralo, porque não jogariam. O Flamengo já tem o compromisso de pagá-los estando eles atuando ou não. O técnico avaliou que seria melhor trabalhar sem eles, até para se criar uma expectativa de negociá-los. Eles são funcionários do clube, recebem (ou não) em dia e tem que fazer o que determina seu empregador. Se foi definida essa posição, algum motivo tem. Ninguém ainda tá rasgando dinheiro na Gávea.



Vamos ver caso por caso:

Começo com o caso do Kleberson. Para mim foi o pior jogador que já vestiu a camisa do Flamengo. Horroroso, sem vontade, medroso, tocava a bola sem ver só para se livrar dela. Quem joga uma peladinha nos fins de semana sabe o que digo. Se a diretoria não tomasse nenhuma medida drástica, ele ficaria alí no grupo, encostado, e acomodado com seu salário por mês. Essa decisão gerou um choque que pode reverter numa negociação, em que o clube pelo menos economize metade de seu salário. Tanto é claro sua acomodação, que negou outras propostas, como Panatinaikos, aquele troca pelo Gilberto Silva, Atlético/PR, Tigres-Mex, troca pelo Everton entre outras. Já que o cara quer essa mamata, deixa ele parado. Na hora que ele quiser voltar a jogar, ele vai dar os pulos dele. Essa foi a decisão que mais me agradou. Kleberson é muito ruim.

Val Baiano foi um dos muitos erros de nosso ídolo Zico, um dos três maiores jogadores de todos os tempos, e um gestor de futebol mediano. O cara não entra em forma, tem dificuldade com a bola, e o técnico que conhece de futebol, sabe que o cara não vai dar caldo, ainda mais com uma molecada voando e um jogador experiente como Deivid, que ainda pode acertar. É outro acomodado, curtindo férias e recebendo salário. Se tivesse brio, já teria se movimentado para estar atuando. Porque que não foi para o Vasco, como se especulou?



O caso do Pet é emblemático. O cara é ídolo, fez o gol que eu mais me emocionei em minha vida, merece sim uma despedida dígna do Flamengo. E só. O cara além de não ter jogado nada ano passado, é arredio. Reclama de tudo, constroi ambientes tumultuados, é muito contestador, e é o tipo de clima que o Luxemburgo quis evitar ter no grupo. Quem trabalha em equipe sabe o que é ter um companheiro que é carregado, que gera crise com suas vaidades. Vão dizer que não é esse o comportamento do Pet? É nosso ídolo, mas nesse momento só vai atrapalhar.

Correa: muito ruim. Os outros, tipo Camacho, Everton Silva, Vinícius Pacheco, bla bla bla, nunca renderam, nunca jogaram uma partida que se pudesse dizer, "esse cara joga muito". Tchau pra eles, não fazem falta e só matam de raiva. Vi com louvor a decisão tomada em relação a esse jogadores. Demonstrou iniciativa e esperança de dias melhores. Demonstrou que existe um ponto no fim de um plano. Abriu espaço para novos talentos chegarem. Serviu de exemplo que daqui pra frente a banda que toca tem um maestro e vai tocar diferente.

E quanto aos que secam o gaúcho, o auge será entre abril e novembro. Preparem o lombo.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Conta difícil

Vamos fazer a continha mobral do Ronaldinho.

Valor a ser pago em 42 meses:

42 x 1.200.000,00 = 50.400.000.

Valor de retorno:

15.000.000 a mais em contrato anual de patrocínio nos próximos 4 anos. (Não é difícil deduzir que a diretoria só aguarda este desfecho para negociar dos 20 mil pagos em 2010 para no mínimo 35 milhões com o novo patrocinador) = R$ 60.000.000,00 em 4 anos.

R$ 8 reais por camisa vendida x 1.000.000 a mais de camisas vendidas por ano. (Impossível?) = R$ 8.000.000,00 x 4 anos = R$ 32.000.000,00

Acrescimo de 10.000 torcedores por jogo em nossa média de público já gigante, à média de 30 reais o ingresso. R$ 300.000,00 x 50 jogos com mando x 4 anos = R$ 60.000.000,00.

Possível acrescimo de sócios. ( melhor seria se implementassem o sócio torcedor) 20.000 torcedores x R$100 x 4 anos = R$ 8.000.000

Aumento em vendas de produtos licenciados. sugestão em 4 anos = R$ 20.000.000,00.

Direito de TV: aumento de R$ 20.000.000,00 em 4 anos (sugestão)

Total: R$ 200.000.000,00 de retorno em 4 anos. Algum exagero?

E olha que a promessa é de que o Flamengo não pagará os 50 milhões de sálario do jogador.

E eu nem considerei as premiações dos muitos, mas muitos títulos que virão.

E tem imbecil contariado. Ô povo difícil de agradar.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Tempos Perdidos



O Flamengo nunca esteve numa posição pior em sua historia. Chegamos ao ponto de ver a torcida contestar Zico, isso, nosso galinho de quintino, camisa 10, terror da arcoirisada. O que diria Jorge Curi, Ari Barroso, e quantos tantos outros ainda vivos, que transformaram a imagem do Flamengo no mundo depois de cantar Zico e o Fla em prosa e verso. Estamos vivendo uma crise de identidade, geralmente precedida de uma tempestade avassaladora, seguida porém, ensina o ditado, de momentos de bonança, reafirmação e promessa de ordem, mas invisíveis enquanto perduram. O torcedor está perdido como filho de puta em dia dos pais. Uns contestam tudo irracionalmente. Outros crêem em possibilidades de melhorias embora sem a visão do horizonte que se permeia.

A crise de identidade vem justamente em abrir conflito com um atual estágio de conformidade. Quando decidimos ir de encontro a mudanças que abalam as estruturas já estabelecidas e que dispenderão esforços desmedidos aos energúmenos doutrinadores do situacionismo, impreterivelmente acomodados. Para quem interessa reformular! Amantes do futebol somos nós que não ganhamos dinheiro com isso. Para os demais envolvidos, é fonte de riqueza inesgotável. Para eles, que se dane o Zico. Flamengo, é mais um (sabemos, o maior) veículo de movimentação financeira.

Nunca na história do clube, até que algum historiador desminta, viu-se um período tão negro. Acúmulo de desmandos, irresponasbilidades, incompetências, anti-profissionalismos, indecências, prosmicuidade, descaso e quaisquer adjetivos degradantes que se ache apropriado aplicar por inacabáveis 20 anos. São duas décadas que destruiram a imagem da institução que tinha reputação internacional, e que tem potencial de ser referência no mundo como instituição potente e viril, de dar inveja a qualque Manchester United ou Real Madrid.

Em minha modesta opinião a coisa começou em 1995, com o Flamengo inflacionando o mercado do futebol brasileiro pagando salários astronômicos para meros pernas-de-pau que atingiam desempenho acima do medíocre. Pior, introduziu no mercado a idéia da inadimplência, que nos custa caro até hoje. A maneira displicente de gestão induziu o clube à luxúria e uma dívida impagável. A partir daí o Flamengo Temido deu espaço à chacota. E então muitos casos ficaram famosos, que nem vale a pena mencioná-los.



A imagem do Flamengo sofreu danos seríssimos, que fosse um clube de "segunda" classe, seria impensável as consequências àqueles que o seguem. Uma década de acertos não será suficiente para consertar o estrago, reversível somente em um século, quando este período será usado como exemplo do que é errado e não se deve fazer.

Então surge um homem de verdade com tarefa semelhante as de Hércules. Reestabelecer a moral de um clube brigando contra tudo, uma crise que ele não criou, algo que passou a exister após o seu reinado, e todos, ou seja, até a torcida do Flamengo. Se fossem só os escorpiões minando as forças de nosso herói consagrado, ele ressurgiria sempre que seu exército bradasse seu grito de guerra imponente e pronto pra luta, assumiria qualquer risco em nome de seu povo. Mas tão certo é, que, sem o apoio devido, nosso general não vencerá essa guerra, o maior desafio da história do Flamengo: iniciar uma mudança sem demagogia.



Não nos deixemos enganar. Ninguém mais do que Zico pode nos salvar, e mudar de verdade àquilo que nos consome. Porque Zico, o cidadão Arthur Antunes Coimbra, não precisa disso. O que ele tinha que fazer por nossa glória ele já fez. Se voltou, é porque é a última chance de se evitar o pior. Torcedor que vai contra qualquer decisão ou exitação de Zico, contra qualquer resultado negativo, ou simplesmente não confia nele, não ama o Flamengo. É torcedor de ocasião. Não vieram os reforços, clubes jogam dinheiro pelo ladrão, estamos fora da briga pelo título, vamos brigar para não cair, seremos rebaixados? Essa não é a missão de Zico. Sua missão é construir a confiança de torcedores, jogadores, dirigentes, jornalistas e amantes do futebol novamente no Flamengo. Coisa que ele já fez uma vez.