Nessa noite tive um sonho incrível. Sonhei que o ataque da seleção na Copa era composto por três jogadores. Pela esquerda, Neymar jogava o fino. Insinuante, driblador e decisivo, a amarelinha caíra muito bem nele. Na direita tinhamos Robinho, o Neymar do começo da década. Ou nos esquecemos das brilhantes partidas que o jovem franzino realizou de 2002 a 2004 no Santos, antes de queimar o filme por aí em crises de estrelismo e falta de orientação profissional. No meio o Fabuloso caia perfeitamente, arrematando todas as oportunidades, incisivo e habilidoso, sem dar sequer uma canelada.
Quando percebi, PH Ganso recebia um falta perigosa próxima a área, após jogada de pura categoria, pois ninguém roubava-lhe a bola. Estava colada em seus pés. Com certeza alguma enfiada oportuna estava sendo tramada, e a falta foi o último recurso do adversário. Ao seu lado Kaká. Um quinteto extremanete capaz de decidir qualquer jogo, em qualquer competição.
Dura realidade, não condeno a convocação de Dunga. Vai de encontro a tudo aquilo que apregoamos quatro anos atrás. Que fosse coerente, por merecimento de atletas comprometidos com o ideário de sucesso e valorização de uma entidade chamada seleção brasileira. Não a da CBF, mais preocupada com a política e contratos financeiros. A de Pelé, Garrincha, Tostão, Didi, Romário, Bebeto, Cafú, Rivaldo e o primeiro Ronaldo. Seleções de grandes jogadores, e que não foi essa.
Essa é a seleção da honra, a seleção do resgate, de jogar até o fim mesmo que seja feio. Seleção do resultado, seleção sem estrelas. Como todas que vão a essa Copa. Se isso é uma tendência preocupante, é tema para novo debate. Mas não podemos de forma alguma desprestigiá-la, pois todos ali brigaram pelo seu espaço, com qualidade ou não. Dessa convocação podemos dizer tudo, menos que não foi criteriosa e coerente. Dúvido daquele que não vai comer a grama e honrar seu posto, e o mérito é total de Dunga. Se vai ou não ganhar, é o menos importante à CBF. O objetivo foi restabelecer a ordem e revalorizar o desejo em vestir a amarelinha. E Dunga o conquistou.
- Uma lista justa e coerente do capitão...se vamos ganhar é outra coisa, mas assino em baixo - declarou Romário.
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